9.12.09

N de Natal: a quanto obrigas















Gostava que o Natal fosse quando o Homem quer e não dia de calendário celebrado religiosamente a dia 25 de Dezembro de cada ano.
O espírito natalício que contagia a maior parte das pessoas nesta quadra deixou de oferecer aquele calor característico e transformou-se numa pedra que trago no sapato só de pensar nas prendas que tenho de dar porque é Natal e assim a tradição o obriga.
Não reajo bem à pressão...
Pensar na confusão que se torna colossal na proporção inversa aos dias que faltam para o grande dia...pressinto que não vai ser fácil lidar com a fúria consumista de todos aqueles que parecem ter o dito espírito dentro deles e que passam de loja em loja à procura do melhor néctar convertendo-o na prenda perfeita. Parecem todos transformados em verdadeiras abelhinhas, só lhes falta conseguir a proeza de visitar dez flores/lojas por minuto. Todas as lojas são visitadas, até as mais improváveis, não vá estar lá o dito presente perfeito.
> Inventar desculpas e adiar a compra também não ajuda, não fosse o bom português amigo de deixar tudo para a última hora, o que pode ser um verdadeiro problema se a dia 24 ainda não se faz ideia do que oferecer a esta ou aquela pessoa.
> E ainda temos a história da prenda para o amigo secreto que nos calhou na rifa, aquele presente que compramos mais por obrigação do que por gosto, que de amigo não tem nada e esperemos que de secreto tenha muito. Calha-nos sempre alguém com quem não vamos à bola e a quem não fazemos a mínima ideia o que oferecer. Em último caso, chocolates!
Mas até os chocolateiros se uniram para nos dificultar a vida: ele há chocolates com recheio, de leite, preto, com amêndoas, com licor e sei lá que mais. O que parecia coisa simples torna-se um drama quando tentamos descobrir aqueles de que a pessoa gosta. Arriscar e comprar no escuro pode devolver-nos uma cara feia e algum comentário menos próprio!
> Jantar de Natal - Este ano muita coisa mudou e vai quebrar-se a tradição – não há o típico jantar de Natal com chefias e colegas. Não há sorrisos amarelos nem anedotas sem piada ou promessas quase eleitorais para 2010. Quem esperava pela festa de Natal para cair no goto do chefe viu os seus planos furados. Terá de trabalhar tanto ou mais para o ano que vem. O discurso sobejamente conhecido por todos também mudou, porque a família mudou. Já não vamos ouvir (mais uma vez): “podem vir as tempestades que temos marinheiros audazes!” mas uma mensagem de boas vindas e algo mais. A ver vamos...
> E por fim uma referência a todos aqueles que fazem por tornar tudo perfeito.
Aqueles que asseguram que a porta da tal loja esteja aberta, porque precisamos comprar algo que falhou e não queremos que falte nada em dia de consoada (falta tanta coisa em tantas mesas).
Não deveriam também eles estar à mesa celebrando o dito Natal?

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