23.6.11

Kung Fu Panda 2



Completamente inesperado!


Um filme para crianças, mas com uma mensagem tão profunda que é impossível ficar indiferente! Eu fiquei profundamente abalada, literalmente!

9.6.11

PIETRO ARTISTA CINEMATICO

Deambulando pela LX Factory tinha FORÇOSAMENTE que entrar na Livraria LER DEVAGAR. Depois de dedilhar cada uma das prateleiras, a curiosidade e algo mais diria, levou-me a subir ao 2º andar. E aí conheci a Pietro Proserpio.

Há muito tempo que gostaria de ter partilhado aqui este episódio, mas as palavras teimavam em juntar-se para conseguir apresentar-vos com a merecida pompa este artista. Constrói objectos animados a partir de peças sem utilidade aparente, mas que pelas suas formas e movimentos agitam-se num mundo de fantasia, e deixamos que as suas explicações nos transportem através do Tempo.


O ter recebido um convite para estar presente na apresentação da curta-metragem:
PIETRO ARTISTA CINEMATICO
levou a fazer minhas as palavras do realizador François Manceaux. Dizem tudo aquilo que gostava de ter dito e não disse:

«Pietro Proserpio é um artista escultor cinemático: é assim que ele próprio se define.

Se a sua vida esculpiu a sua obra, hoje é a sua obra que esculpe a sua vida.

Desde a sua mais tenra infância, o seu olhar é atraído pela matéria dos objets trouvés que recolhe e aos quais dá um novo sentido, ao reencarná-los através da criação do seu universo.

Reúne a matéria orgânica numa urgência que vai ao encontro da sua necessidade de pensar e de respirar os seus sonhos.

Fundamentalmente, Pietro é um mecânico que joga entre a mecânica de outrora e as tecnologias informáticas do futuro; revisita as técnicas científicas de Leonardo da Vinci, tomando Einstein como referência na sua teoria da relatividade face à velocidade e à luz.

Madeira, metal, plástico: Pietro repensa uma hibridação sensível e romanesca da matéria, amplificando as suas potencialidades graças à anti-matéria, tal como o ar ou a água, capazes de jogar com o aço ou o titânio.

Pietro gira à volta do tempo, contorna-o, desvia-o. É «anti-tempo». Constrói os seus mecanismos para matar o tempo e, como se fosse o seu maior amor e o seu pior inimigo, desafia através dos seus objectos a passagem do tempo, contando as suas histórias que gritam, dançam, cantam e que ele orquestra como uma música serial, atonal e melodiosa.

Com os seus mecanismos, Pietro aparece-nos como uma estrela que cintila tal como um ballet esotérico, questionando a História, alinhando os desafios do mundo real com o bater do coração do seu mundo imaginário e utópico. Dedica-se em pleno a um pensamento humanista em movimento, entregue à actualidade.

Para mim, Pietro é como uma pepita na sociedade portuguesa, iluminando a alma do presente, a melancolia do passado e a nostalgia do futuro.»

François Manceaux, Abril de 2011

3.6.11

'Camião do Lixo'

Ontem fui atropelada por um!
Não se inquietem que está tudo bem, AGORA que respirei FUNDO!
Estão recordados de ter partilhado aqui convosco A Lei do Camião do Lixo?

Ontem senti na pela a (re)acção de uma pessoa assim. Carregada de lixo, cheia de frustrações, cheia de raiva e de desapontamento. A sua pilha já devia estar no limite, já não tinha mais por onde crescer e precisava de um lugar para descarregar, infelizmente não havia mais ninguém e descarregou na única pessoa à sua frente - em mim!

Respirei FUNDO, apelei a toda a calma que havia dentro de mim (quem me conhece sabe que é coisa que não me falta) sabendo de antemão que a pessoa não estava bem, mas como ficar INDIFERENTE ao facto de estarem a implicar connosco e NÓS não termos dado motivos para isso? IMPOSSÍVEL sorrir, não levar isso a peito, pelo que optei por ir em frente, não cheia de vontade de lhe responder à letra, mas isso seria permitir que continuasse a descarregar o seu entulho em cima de mim! Continuei a respirar fundo o resto da tarde, dando talvez demasiada importância ao sucedido. Não é fácil virar costas sem que algum lixo venha agarrado à nossa roupa, mas pelo menos consegui não o despejar em cima de mais ninguém!

Ainda pensei que a pessoa caísse em si e viesse pedir desculpa pelo sucedido, mas como disse e repito, este tipo de pessoas não olha além do seu umbigo. Fazem por a razão parecer estar sempre do seu lado, não aceitando que outras pessoas além deles mesmos tenham direito a ter voz e/ou opinião. Fazem por valer a sua mais do que as outras e por isso decidi ontem, repito a mim mesma HOJE que, para amanhã, só quero e vou esperar DISTÂNCIA. Palavras leva-as os vento quando não têm onde cair...

1.6.11

Se

Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.

Se consegues ter confiança em ti

quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas

Se consegues esperar sem te cansares por esperar

ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódios
em porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos

Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres

Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos

Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo

Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo

Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.

Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"

Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente

Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender

Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado

Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam

Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!

Rudyard Kipling (autor d’O Livro da Selva)