26.4.10

"No fim tu hás-de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."

Mário Quintana

12.4.10

S de Sete Vidas - apagou-se a última

Passou quase uma semana e continuo sem conseguir encontrar as palavras certas para expressar o que sinto...
Nada nem ninguém é para sempre, é certo, mas quando algo desaparece tão repentinamente, fica um vazio tão grande que quase nos sufoca!
Sinto falta do meu NICHO!
Muitas vezes penso se não estarei a viver um pesadelo, mas que se conseguir abrir os olhos, ele continua lá, como sempre esteve, aninhado junto a mim.
Só tenho de conseguir abrir os olhos...

22.2.10

"Mau será o dia...

... do homem quando ele se tornar absolutamente satisfeito com a vida que está levando, quando não estiver mais eternamente batendo nas portas de sua alma um enorme desejo de fazer algo maior."
Phillips Brooks

5.2.10

F de Filmes e Filmes

A febre do Óscar está quase aí e já muito se fala sobre os possíveis candidatos. Mas ainda não é sobre isso que vou escrever aqui hoje...
Esta semana, entre zappings fico a par das novidades em Hollywood e que Sandra Bullock tem um novo filme - The Blind Side.
Vemo-la num papel um pouco diferente daquilo a que estamos acostumados e loira! O filme baseia-se numa história verídica e é definitivamente de apelar ao sentimento!
Depois de navegar tentando saber um pouco mais sobre o filme e uma possível estreia entre nós, descobri que Sandra Bullock foi premiada pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood e que venceu o Golden Globe Award na categoria de Melhor Actriz de Drama. O filme valeu-lhe também a nomeação para a categoria de melhor actriz na corrida aos óscares (concorre com a veterana Meryl Streep).
Mas quanto a estreias só para Março. Deixo-vos o trailer. É convite mais que suficiente para quem gosta do género, eu fiquei com pele de galinha!!



13.1.10

10 PEQUENAS acções, GRANDES resultados

Todos já se sentiram tristes sem razão aparente, de mau humor, com vontade de matar alguém, irritados com o mundo ou simplesmente num estado letárgico em que apenas pedimos para nos deixarem sossegados no nosso canto.
O que vou escrever aqui não é novo para ninguém e provavelmente vão dizer-me que é sempre mais fácil dizer do que fazer – eu também sou assim – mas lembrem-se que são PEQUENAS coisas que podem mudar muita coisa.
Quando se trata de arranjar ferramentas para viver melhor com os outros e com nós próprios, nada é pequeno ou grande demais!
Não podemos é deixar que esses sentimentos perdurem por muito tempo, temos de mudar o disco, reverter o quadro para evitar que estes se instalem definitivamente.

Assim aqui ficam algumas medidas simples
que podem ajudar:

1. Afaste-se dos chatos: estamos mais vulneráveis e por isso mais susceptíveis pelo que devemos passar longe de quem passa a vida a reclamar e de quem adora falar mal dos outros. Devemos procurar pessoas bem-dispostas que levantem o nosso ânimo, aquelas que conseguem a proeza de nos arrancarem uma gargalhada.

2. Permaneça com os pés assentes no AQUI e no AGORA: o futuro é um grande ponto de interrogação e o passado, como o nome indica, já era. O presente é tudo o que temos e é nele que devemos procurar o que nos faz falta. Se colocarmos a nossa energia noutro tempo, corremos o risco de perdermos as oportunidades que se nos apresentam.

3. Desconfie dos dramas que faz: não se leve tão a sério. Erramos, mas quem não errou? Diga EU a quem não aconteceu já gostar de ter ali um buraco profundo onde enfiar-se por causa de uma situação incómoda? Se dizem que rir é o melhor remédio, é porque é mesmo! Quando existe bom humor, as dificuldades ganham uma nova perspectiva.

4. Esclareça tudo na hora: não há nada pior que engolir a raiva e as mágoas, pois um dia elas acabam por aparecer de novo e possivelmente de forma ou num momento pouco oportuno. O melhor é não deixar acumular divergências, esclareça o que tiver a esclarecer de forma clara e tranquila para que as tenções desapareçam.

5. Coloque tudo no papel: escreva as suas mensagens de mágoa, de indignação e verá que vai sentir-se melhor. Deixe passar algum tempo e depois volte a elas e decida se o destinatário merece ou não recebê-las. Isso ajuda a discernir se o problema é seu ou do outro e pode poupá-lo de cometer uma injustiça ou de aumentar desavenças.

6. Dê um tempo: a expressão não é nossa mas serve perfeitamente. Se o trabalho ou alguém está a deixá-lo aborrecido, saia de cena. Siga a sua rotina mas não se exponha, assim poderá entender melhor as suas emoções e reestruturar-se para lidar melhor com elas e depois com a situação criada.

7. Cante: não importa onde. Cantar ajuda a libertar emoções. Não é de hoje que “quem canta seu mal espanta”.

8. Retire prazer das pequenas coisas: realizar actividades que nos dão prazer apenas durante as férias ou feriados contribui muito pouco para uma vida feliz. É importante realizar DIARIAMENTE coisas simples das quais retiramos prazer, de preferência em benefício próprio.

9. Faça exercício: não precisamos de ser adeptos do exercício físico, podemos escolher uma modalidade de exercícios como dançar, correr, caminhar ou nadar e tirar partido deles. Só conseguimos fazer por muito tempo aquilo que nos dá prazer, portanto nada de sacrifícios. Quando praticados regularmente, os exercícios estimulam a produção de endorfina, substância responsável pela sensação de bem-estar entre outros benefícios.

10. Permita-se alguns mimos: uma sessão de cinema, um café num ligar agradável, um acordar mais tarde num Domingo, uma compra excêntrica ou uma sessão de massagem relaxante. O importante é obter satisfação.

5.1.10

Cat Power

>


Para começar o ano com um sorriso nos lábios...

17.12.09

I de Imagens: sentir as Letras

Tantas quantas as letras do alfabeto, irei publicar a dia 15 de cada mês uma imagem que resume as minhas resoluções de ano novo.

Tudo porque no dia 15 de Janeiro chega ao fim mais uma etapa de um logo caminho. Simbolicamente, é assumido um novo compromisso com a vida.

16.12.09

F de Festa de Natal: a que viu um dia diferente

Ao que parece este ano a organização esmerou-se.
Terá sido por nossa causa?
O certo é que abriram os cordões à bolsa e em vez do simples e tradicional almoço de convívio, contrataram figurinos, bailarinos disfarçados de empregados para delícia da ala feminina e modelos com 1.80m + saltos enfiadas num vestido preto justíssimo de tirar o fôlego à ala masculina.
E isto só para começar e o pessoal ir entrando no espírito dos anos 70 já que a adesão a nível da vestimenta foi pouca ou nenhuma. Ajudou a organização ter distribuído lenços, perucas e fitas com lantejoulas.
Depois do espectáculo de ritmo e som, encaminharam-nos para o salão preparado para receber cerca de 2200 pessoas. As mesas e todo o espaço estavam incrivelmente bem decorados.
Depois de estarem todos devidamente sentados, sobem ao palco 2 meninas. Assim que aparecem mais de perto num dos vários ecrãs espalhados pela sala percebemos que já vimos aquelas caras em algum lado e eis que nos lembramos de onde.
Pois claro, do pequeno ecrã, do programa "Fama Show" das tardes de Domingo na SIC.
O queixo caído depressa voltou ao lugar depois de ouvirmos as deixas especialmente preparadas mas sem grande imaginação.


.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Salvas não pelo sino mas por esta dupla fantástica sobejamente conhecida de vários palcos. Fiquei com pele de galinha ao ouvi-los cantar.
Todos acompanharam ambos que não só com os olhos mas também com a voz. Há músicas que não se esquecem e, improvisando, fomos recordando a letra de muitas que fizeram parte da nossa adolescência.
Mas há músicas que são intemporais e os ABBA são um exemplo disso mesmo.
Não, não contrataram os ABBA (se fosse possível, talvez o fizessem!) para animar o nosso almoço de Natal, mas quase!
Quem subiu ao palco foi uma banda britânica fiel ao imaginário do grupo sueco, ao seu guarda-roupa, coreografias e, claro, à música.













Recordámos com os ABBA GOLD temas como "Waterloo", "Mamma mia", "Super trouper", "Gimme!_Gimme!_Gimme!_(A_Man_After_Midnight)" , "Take a Chance on Me" entre outros.
O pezinho de dança não faltou e abanando as franjas do meu vestido posso dizer que dancei até as pernas me doerem! Pena foi realmente tratar-se de um almoço porque se de um jantar se tratasse teria dançado pela noite dentro até de madrugada, à semelhança de anos anteriores!

11.12.09

F de Festa de Natal: a que já viu melhores dias


Não vai haver JANTAR mas temos ALMOÇO de Natal.
Definitivamente, este ano não vai ser a mesma coisa. Em 2007, a festa foi aqui e em 2008 aqui.
EM 2009, um simples almoço de convívio onde ninguém se conhece.
Desde Julho que fazemos parte de uma GRANDE família e aguardamos desde então para nos serem apresentados os membros restantes. Tal qual miúdos que acabaram de ser adoptados e que vão ver a sua nova família pela primeira vez. O patriarca vai discursar (claro!) e apresentar os que chegaram ao clã agora. Conta-se com um bom repasto (que tal se come em Santarém?) e, para descontrair, música ambiente dos anos 70/80.

Assim, vestida a rigor, amanhã vou estar aqui.

10.12.09

C de Citação: 5

"As pessoas mais felizes são aquelas que parecem não ter nenhum motivo particular para serem felizes, só que os são."
William Inge

9.12.09

N de Natal: a quanto obrigas















Gostava que o Natal fosse quando o Homem quer e não dia de calendário celebrado religiosamente a dia 25 de Dezembro de cada ano.
O espírito natalício que contagia a maior parte das pessoas nesta quadra deixou de oferecer aquele calor característico e transformou-se numa pedra que trago no sapato só de pensar nas prendas que tenho de dar porque é Natal e assim a tradição o obriga.
Não reajo bem à pressão...
Pensar na confusão que se torna colossal na proporção inversa aos dias que faltam para o grande dia...pressinto que não vai ser fácil lidar com a fúria consumista de todos aqueles que parecem ter o dito espírito dentro deles e que passam de loja em loja à procura do melhor néctar convertendo-o na prenda perfeita. Parecem todos transformados em verdadeiras abelhinhas, só lhes falta conseguir a proeza de visitar dez flores/lojas por minuto. Todas as lojas são visitadas, até as mais improváveis, não vá estar lá o dito presente perfeito.
> Inventar desculpas e adiar a compra também não ajuda, não fosse o bom português amigo de deixar tudo para a última hora, o que pode ser um verdadeiro problema se a dia 24 ainda não se faz ideia do que oferecer a esta ou aquela pessoa.
> E ainda temos a história da prenda para o amigo secreto que nos calhou na rifa, aquele presente que compramos mais por obrigação do que por gosto, que de amigo não tem nada e esperemos que de secreto tenha muito. Calha-nos sempre alguém com quem não vamos à bola e a quem não fazemos a mínima ideia o que oferecer. Em último caso, chocolates!
Mas até os chocolateiros se uniram para nos dificultar a vida: ele há chocolates com recheio, de leite, preto, com amêndoas, com licor e sei lá que mais. O que parecia coisa simples torna-se um drama quando tentamos descobrir aqueles de que a pessoa gosta. Arriscar e comprar no escuro pode devolver-nos uma cara feia e algum comentário menos próprio!
> Jantar de Natal - Este ano muita coisa mudou e vai quebrar-se a tradição – não há o típico jantar de Natal com chefias e colegas. Não há sorrisos amarelos nem anedotas sem piada ou promessas quase eleitorais para 2010. Quem esperava pela festa de Natal para cair no goto do chefe viu os seus planos furados. Terá de trabalhar tanto ou mais para o ano que vem. O discurso sobejamente conhecido por todos também mudou, porque a família mudou. Já não vamos ouvir (mais uma vez): “podem vir as tempestades que temos marinheiros audazes!” mas uma mensagem de boas vindas e algo mais. A ver vamos...
> E por fim uma referência a todos aqueles que fazem por tornar tudo perfeito.
Aqueles que asseguram que a porta da tal loja esteja aberta, porque precisamos comprar algo que falhou e não queremos que falte nada em dia de consoada (falta tanta coisa em tantas mesas).
Não deveriam também eles estar à mesa celebrando o dito Natal?

19.11.09

I de Isto ou aquilo

>
Que nunca estamos satisfeitos não é novidade para ninguém.

Se não é porque estamos cansados e gostaríamos de ficar o dia inteiro de "papo para o ar" sem fazer nada, não fosse o termos de levantar cedo para ir trabalhar, é porque estamos desempregados e cansados de ficar o dia todo sem fazer nada além de enviar currículos e, ao que parece, em vão.

Se não é porque está sol, um calor que não se aguenta, é porque está chuva e temos de andar de guarda-chuva na mão, a tentar fugir dos pingos, para não ficarmos ensopados da cabeça aos pés.

Se não é porque me apetece ficar aqui, é porque decido ir para ali e depois penso se não teria sido melhor ter ficado onde estava.

Se não é porque tenho de guardar as moedas para o Metro, é porque me cheira a pipocas quentes e gasto o dinheiro (e nem salgadas são) e esqueço que preciso delas.

Se não desce é porque sobe, se não dá é porque tira.

Se não é por isto, é por aquilo e vivo assim, com isto e mais aquilo, sem saber se isto é melhor que aquilo.

17.11.09

P de Poetas Intemporais: António Aleixo

O poeta que ri das circunstâncias em que vive e até da sua própria aparência:
---
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.

O poeta que brinca até com a sua profissão de "cauteleiro":
---
De vender a sorte grande,
confesso, não tenho pena;
que a roda ande ou desande
eu tenho sempre a pequena.

O poeta que se insurge contra as injustiças (convém lembrar que estamos em plena ditadura salazarista e que impera a Censura):
---
És feliz, vives na alta
e eu de ratos como a cobra.
Porquê? Porque tens de sobra
o pão que a tantos faz falta.


Co'o mundo pouco te importas
porque julgas ver direito.
Como há-de ver coisas tortas
quem só vê o seu proveito?


À guerra não ligues meia,
porque alguns grandes da terra,
vendo a guerra em terra alheia,
não querem que acabe a guerra.


Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
q'rer um mundo novo a sério.

Insiste:
---
Quem nada tem, nada come;
e ao pé de quem tem comer,
se disser que tem fome,
comete um crime, sem querer.

Conclui:
---
Eu não tenho vistas largas
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.

E continua a dar-nos grandes lições:
---
P'ra a mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a razão, mesmo vencida
não deixa de ser Razão.

Reforça:
---
Embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do Mundo,
o que importa é que eles vejam
o que os homens são no fundo.

Ri e faz-nos rir:
---
Uma mosca sem valor
poisa c’o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.

(adaptado do Vidas Lusófonas)
Homenagem para assinalar os sessenta anos sobre a morte de António Aleixo – o mítico poeta popular algarvio.

16.11.09

S de Sofrer por antecipação

Pedem-nos para fazermos determinada tarefa e, de imediato começamos a pensar...
Começamos a pensar de onde vamos retirar a informação, como vamos tratar a informação, no necessário e no dispensável e começamos e entrar em pânico com medo de não estar à altura do desafio.

Nada de mais natural, dirão muitos!
Mas o que fazer quando o pânico toma conta de nós?
Passamos o tempo inquietos, absorvidos pela indefinição (enquanto não definimos as linhas do nosso projecto) e, consciente ou inconscientemente, antevemos o pior – os obstáculos, os problemas, os impossíveis, que ainda não ocorreram e nem sabemos se vão ocorrer, mas já estamos a contar com eles.
O nosso corpo acompanha o nosso pensamento e também ele entra num estado de alerta. Entra num estado de ansiedade que só nos provoca mais mal-estar, agravando a situação. Por fim, o MEDO de falhar apodera-se de nós!
---------------
Em si, as preocupações são uma tentativa de controlo sobre determinada circunstância que ainda não surgiu. Não é que não tenhamos motivos. Mas de que adianta preocuparmo-nos diante de algo que ainda não existe, a não ser na nossa mente?
Aprendemos que devemos prever todas as situações, a prevenir-nos para resolver. Mas pensar sempre no pior é muito cansativo. Nem tudo é uma tragédia em três actos!
Temos de pensar mais amiúde que a vida é no PRESENTE e principalmente, permitir-nos viver a três tempos com o que esta nos brinda EM CADA DIA.
-----------------
Ousamos arriscar e acabamos por avançar rumo ao desconhecido, assim o dita o dever e acabamos SEMPRE por surpreender-nos agradavelmente.

Não é que conseguimos dobrar o "Cabo da Boa Esperança" e os alegados domínios do "Gigante Adamastor"?
Depressa esquecemos o bicho-de-sete-cabeças quando na realidade estávamos perante um bicho apenas – a nossa cabeça!
-------------------
INFELIZMENTE:
"Não nos libertamos de um hábito, atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau a degrau."
Mark Twain

6.11.09

C de Chuva: diz quem sabe

>
>









"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é."
Alberto Caeiro

3.11.09

Letras e Expressões: 1

"Partir Pedra"

Não desistas ainda...
Tenho fé de que nem tudo está perdido!

C de Citação: 4

"O Vento é sempre o mesmo, mas sua resposta é diferente em cada folha.
Somente a árvore seca fica imóvel entre borboletas e pássaros."
Cecília Meireles

2.11.09

M de Mudança: um novo começo!

Depois de uma prolongada e sentida ausência, estou de volta!
As coisas levaram o seu tempo a ficar definidas. O Tempo foi passando, sem deixar o seu rasto habitual, mas trazendo aquilo que chamamos uma lufada de ar fresco.
Recordo apenas as coisas boas que ficaram para trás: a segurança de uma rotina, o sorriso de uma cara conhecida e sempre bem-disposta, as conversas de sexta-feira à tarde e a muleta da amizade desinteressada, difícil de encontrar em qualquer local de trabalho.
Não é que esteja perdida para sempre! Está apenas a um andar de distância e ainda assim sinto que algo mudou. Perdeu-se a convivência diária e com ela um elo precioso.

O meu novo lugar ficou finalmente definido na nova engrenagem. Resta esperar que a mão ponha a máquina de novo a funcionar.
Os dados foram baralhados, lançados, aguarda-se o resultado.

Quanto a mim, mais um passo de um longo caminho. E até onde a vista desarmada o permite, só consigo ver um enorme ponto de interrogação.
O que vai acontecer? Não sei, mas irei descobrir muito em breve...

31.10.09

Happy Halloween!



















.
“Eu não creio em bruxas, mas que elas existem, elas existem.”
Miguel de Cervantes

7.10.09

C de Cinema: matiné de feriado

Parece praga. Sempre que um fim-de-semana prolongado se aproxima fico doente. Este não fugiu à regra. Comecei a sentir os primeiros sintomas ainda a tarde de sexta-feira ia no início, e não quis crer que fosse gripe. Assim que cheguei a casa já não havia nada a fazer. Já não ia lá com as mezinhas do costume, era tarefa para um bendito comprimido.
Passei o Sábado enrolada com os lençóis, lavada em febre que teimava em querer baixar e com uma dor de cabeça lancinante que anulava qualquer tentativa repentina de querer sair da cama.
Mas eis que no Domingo, com o sol a deitar-se, comecei a ver e a sentir sinais de melhoras.
A segunda-feira amanheceu a condizer com o meu estado de espírito – obrigava ao recolhimento. Bastante melhor, decidi mudar-me para a sala, acompanhada de uma manta de franjas bem quente, uma chávena com chá e torradas barradas com manteiga. Seguindo as minhas pegadas veio um gato que não perde este tipo de oportunidade para esticar as patas e aninhar-se junto a mim, tamanha é a satisfação.
Ligo a TV e rezo para que tenham preparado uma programação a pensar em quem fica em casa num feriado e rezo também para que não seja uma programação de fazer perder a paciência ou que insulte a inteligência do mais comum dos mortais. Chega de repetições, comemorações, festivais e afins. Estávamos assim, os dois, preparados para uma matiné de Domingo à tarde em tarde de Segunda-Feira.
Não consegui prestar atenção à caixinha por muito tempo. Não sei se contagiada pela preguiça daquele que estava ao meu lado, se pela qualidade da emissão (não consegui que as minhas preces fosses ouvidas), acabei adormecendo.

Acordei com as façanhas de um pequeno rato - Stuart Little e companhia – e apesar de estar quase no fim sinto que assisti à melhor parte do filme.
Stuart Little despedia-se com pesar da sua nova amiga Marlo, que precisava juntar-se ao bando e voar para Sul para fugir aos rigores do Inverno. Esta sabia-se pequena e frágil para encetar tamanha viagem e, apesar de ser livre para o fazer pela primeira vez, tinha medo. A ideia de deixar o seu pequeno amigo também não ajudava.
Stuart conforta-a dizendo: “TENS O TAMANHO QUE SENTIRES” e tenta ver o lado bom das coisas: Marlo estaria de volta com a Primavera.
---
A frase fica no ouvido. O som das palavras perdura num eco surdo. Pensamos que precisamos explicá-las, dissecá-las e juntá-las outra vez dando-lhes outro sentido...mas, por mais que tentemos, nenhum outro consegue fazer-nos sentir o mesmo. Há palavras assim.